Caminhões a gás começam a se tornar realidade no Brasil, com vantagens técnicas, ambientais e econômicas. A conclusão é do vice-presidente da ABiogás, Gabriel Kropsch, que participou nesta quarta-feira (2/10), do 2º Seminário Nacional do GNV Oportunidades da Abertura no Mercado do Gás para Veículos Pesados, na Casa Firjan. Promovido pelo Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio de Janeiro (Sindirepa), com o apoio da Firjan, o evento atraiu cerca de 300 pessoas.
Gabriel foi o moderador do painel GNV para Veículos Pesados e sua contribuição para o desenvolvimento do Brasil, que contou com o diretor geral da Morada Logística, Andre Leopoldo, o diretor da Scania, Silvio Munhoz; e a diretora Comercial da Naturgy, Bianca Mascaro. “Temos alguns desafios para que o uso do gás, seja ele fóssil ou renovável, no caso do biometano, venha realmente a conseguir seu espaço na matriz de transporte, mas todos têm solução”, afirmou.
De acordo com Gabriel, a questão da infraestrutura, no que tange à rede de abastecimento, bastante comentada durante o seminário, já se mostra adequada nas capitais, e abre uma oportunidade para a consolidação do biometano no interior. “Nas principais capitais e rotas já existe esta infraestrutura, e o biometano pode vir para compor este quadro interiorizando a disponibilidade do gás e promovendo seu uso no transporte pesado. Os veículos serão abastecidos com gás natural fóssil nas grandes cidades, e com biometano no campo quando for buscar a produção da agroindústria. Este é um fator muito importante, e um potencial enorme para o biometano”, afirmou Gabriel.
Presidente do Sindirepa, Celso Mattos afirmou que, no estado do Rio, a expansão do uso do Gás Natural Veicular (GNV) está sempre em sua agenda: “Continuaremos a defender com afinco o desenvolvimento do mercado e a busca por mais realizações para o setor automotivo. Exemplo recente é o projeto que estamos estudando de conversão da frota veicular do estado para GNV. Reforço aqui a necessidade desse trabalho”. Durante o evento, o Sindirepa lançou o Anuário da Indústria de Reparação Automotiva 2019.
De acordo com Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, presidente da Firjan, hoje, com a agenda da sustentabilidade e da transição energética em pauta, o gás entra no centro dos debates. “Isso traz para o Sudeste um grande diferencial, pois temos muito volume disponível aqui. Temos que trabalhar junto com o poder público para reduzir tarifas e sermos mais competitivos. Temos tudo para usar o gás nos mais diversos consumos industriais”, destacou.
Renata Isfer, secretária adjunta de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, ressaltou o papel do gás como o grande combustível da transição energética e falou sobre o programa Novo Mercado de Gás, lançado no primeiro semestre deste ano. “As propostas do programa representam um marco histórico no setor, mas a transição implica mudanças estruturais e comportamentais por parte do agente dominante. Os estados também têm participação fundamental na concretização desse programa, além do Congresso Nacional”, disse, acrescentando que o uso do GNV deverá crescer nos últimos anos.[:]