Saneamento corresponde a mais de 70% do volume de biogás produzido no Brasil

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Quarto webinar promovido pela ABiogás, em que se discute o papel do biogás na descarbonização das cidades, apresentou projetos de usinas em aterros e estações de tratamento de esgoto
O quarto Webinar Técnico realizado pela Associação Brasileira do Biogás – ABiogás, nesta quinta-feira, 14/05, abordou o biogás e o saneamento, apresentando projetos bem sucedidos de usinas de biogás em aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto no Brasil. Tamar Roitman, gerente executiva da ABiogás, mediou o debate, que contou com a participação de Melina Uchida, gerente de novos negócios da Ecometano, Rosane Ebert Miki, engenheira da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp e Gustavo Posetti, gerente da Companhia de Saneamento do Pará – Sanepar.
Segundo Tamar, o saneamento é de suma importância quando se fala sobre produção de biogás no Brasil. “Como vimos aqui durante esta semana, apenas 9% das plantas no Brasil, de acordo com os dados do BiogasMap, utilizam resíduos do saneamento. No entanto, o volume de produção destas usinas corresponde a 77% do total produzido. Vamos entender no debate de hoje, por que são tão poucas plantas, e quais são as dificuldades de utilizar este resíduo”, disse na abertura do webinar.
Primeira empresa de biometano a obter o credenciamento para emitir Cbios no programa RenovaBio, a Ecometano é responsável pela usina de biometano Dois Arcos, em São Pedro da Aldeira (RJ), inaugurada em 2014, e pela GNR Fortaleza, em Caucaia (CE), hoje, a maior usina de biogás do Brasil, com produção direcionada para a rede de distribuição da companhia de gás do Ceará, a Cegás. “Foi um grande desafio, quando inauguramos a Dois Arcos antes mesmo da regulamentação da ANP para o biometano, que só veio em 2017”, comentou Melina Uchida em sua apresentação.
Para Melina, o Brasil não têm mais plantas de biometano em aterros por falta de incentivo. “Não há subsídios para a produção de biogás e só projetos com maior volume de gás, que necessitam de uma concentração muito grande de biomassa conseguem se viabilizar. A forma de concretizar novos negócios está em estender os benefícios da geração distribuída para a energia elétrica”, comentou.
Ao apresentar a usina de biogás da Sanepar, Gustavo Posetti explicou que houve uma mudança no pensamento em relação à produção e ao descarte de resíduos. “O esgoto não é mais visto como um resíduo, mas, sim, como um insumo. Saímos de uma economia linear, em que o esgoto, depois de tratado, era simplesmente descartado, seja por meio da queima do biogás ou de sua devolução ao corpo hídrico, para um processo circular, em que fazemos o gerenciamento das emissões gasosas e o aproveitamento energético deste gás”, explicou.
Segundo Gustavo, o biogás produzido pelas ETEs pode ser consumido na própria unidade. “As estações de tratamento têm um alto consumo de energia, que corresponde a 3% de toda a energia elétrica consumida no Brasil, um custo que chega a R$ 400 milhões para uma população de 100 mil habitantes. Portanto, a produção do biogás é não apenas sustentável em termos ambientais, como também vantajosa economicamente”, afirmou.
A engenheira da Sabesp, Rosane Ebert, ratificou a mudança de cultura nas ETEs, apresentada por Gustavo. A Sabesp está presente em 66% dos municípios de São Paulo e é a quarta maior companhia de saneamento do mundo. Rosane apresentou o projeto de biogás da ETE de Franca, que utiliza o biometano no abastecimento da frota da companhia. “O objetivo do uso veicular é reduzir as emissões da gases do efeito estufa”, pontuou.
Ainda nos anos 80, a companhia já tinha uma usina de purificação e compressão do gás para uso veicular. A ideia de retomar o projeto veio a partir da análise de uma série de fatores, como o potencial do biogás da Sabesp, a viabilidade técnico-econômica, e a oportunidade de cooperação técnica com o Instituto Fraunhofer, da Alemanha. Hoje, a usina produz um biometano que está de acordo com todos os parâmetros estabelecidos pela ANP, mas está fazendo uma análise de risco sobre os itens necessários ao atendimento na regulação da ANP a fim de comercializar o energético. “A regulação na forma como está não considera o fator escala, impedindo a entrada de plantas menores.”, contou Rosane.
ÚLTIMO DIA
Fechando o Webinar Técnico da ABiogás, Marcela Rezende vai moderar hoje, às 17 horas, o debate sobre “Políticas Públicas e Financiamento”. Serão discutidos os processos de formulação e implantação de políticas públicas, linhas de financiamento e colaboração internacional. Participam do painel Artur Milanez, do BNDES, Marcio Félix, da ENP, e Monroe Olsen, da Smart Cities.
O Webinar é gratuito e as inscrições podem ser feitas neste link: https://www.eventbrite.com.br/e/webinar-tecnico-abiogas-tickets-103352736818
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