MWM e Gaswatt inauguram térmica a biogás em São Paulo
A fabricante de grupos geradores MWM e a Gaswatt Energia iniciaram em setembro a operação de uma termelétrica a biogás no Aterro Sanitário CTL – Central de Tratamento de Resíduos Leste, em São Paulo, construído e operado pela concessionária municipal Ecourbis Ambiental. Diariamente, o aterro recebe em média 7 mil toneladas de resíduos domiciliares gerados pela população de 19 das 32 subprefeituras da capital paulista.
A nova planta tem capacidade instalada de 5 MW e utiliza quatro grupos geradores para operação contínua. Além do benefício econômico, a usina proporciona vantagens sociais e ambientais, com redução das emissões de gases de efeito estufa.
A linha de geradores a gás foi desenvolvida pelo centro tecnológico da MWM em São Paulo, com tecnologia 100% nacional. Os equipamentos adaptam-se automaticamente à variação da concentração de níveis de metano, condição geralmente encontrada nas operações em biogás, principalmente em aterros sanitários, além de serem projetados para o regime de operação contínua, tanto em 60 Hz como em 50 Hz.
“A instalação dos grupos geradores foi uma grande conquista para a MWM. A utilização do biogás para a geração de energia limpa e renovável muito nos orgulha e proporciona aos nossos clientes ganho em produtividade e redução de custos. Os nossos grupos geradores estão preparados para atender às demandas de reaproveitamento de energia dos nossos parceiros, com alta tecnologia, alto nível de conteúdo local, baixo custo de manutenção e amplo suporte de peças e serviços em todo o país.”, afirma Cristian Malevic, diretor da Unidade de Motores e Geradores da MWM.
ANP autoriza operação de planta de biometano da Zeg em São Paulo
A ANP autorizou a Zeg Biogás e Energia a iniciar operação de uma instalação produtora de biometano de aterro sanitário, em São Paulo. Com capacidade de 30 mil Nm3/dia, foi a primeira planta desse biocombustível aprovada pela agência reguladora no estado e a quarta do país.
A planta da Zeg está localizada no aterro sanitário de Sapopemba, na Zona Leste da cidade de São Paulo. Recentemente, a companhia fechou contrato com a fabricante de vidros Wheaton para fornecimento de biometano – chamado pela Zeg de “GasBio”. O energético irá substituir parte do gás natural de origem fóssil usado no processo de fabricação de vidros.
A ANP já autorizou a operação de outras três plantas de purificação de biogás em biometano pelo país. A primeira autorização foi dada à planta do Aterro Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia (RJ), da Ecometano, de 16 mil Nm3/dia. Outro projeto autorizado da Ecometano é o GNR Fortaleza (CE), de 110 mil Nm3/dia, que fornece biometano para a distribuidora Cegás. Por fim, a agência autorizou a operação do projeto da Gás Verde no aterro de Seropédica (RJ), com capacidade de 204 mil Nm3/dia, segundo dados da ANP.
A ANP regulamentou a qualidade do biometano de aterros sanitários e estações de tratamento de esgoto (ETE) em 2017, com a Resolução ANP nº 685/2017. No ano seguinte, a agência regulamentou o exercício da atividade de produção de biometano, com a Resolução nº 734/2018.
Agrekko lança chamada para investir R$ 240 milhões em projetos de biogás
Prestadora de serviços de energia modular móvel, a Aggreko decidiu ampliar sua atuação no mercado brasileiro e se tornar investidora no segmento de biogás para geração de energia elétrica. A empresa está lançando uma chamada para atrair projetos que usem biomassa de diferentes origens para produzir biogás e gerar energia elétrica.
A companhia reservou R$ 240 milhões para a chamada, mas a execução do montante vai depender do resultado final do processo. O foco da Aggreko são empresas que forneçam resíduos, substratos e efluentes suficientes para gerar acima de 1 MW de energia.
Se concretizado, o plano da companhia deve resultar na geração de 163 mil MWh por ano, o equivalente ao consumo anual de 81 mil residências. A previsão é ter a produção entre o fim de 2022 e o início de 2023.
A Agrekko tem 25 MW de potência instalados em usinas de biogás na modalidade de geração distribuída. A ideia da empresa é continuar investindo nessa modalidade.
Jalles Machado quer produzir biogás a partir de vinhaça
A Jalles Machado, de açúcar e etanol, celebrou memorando de entendimentos com a Albioma, empresa na qual detém 35% do capital social, para aumento da eficiência energética da unidade de geração de energia por biomassa adjacente à Usina Otávio Lage e para desenvolvimento de projeto de produção de biogás a partir da vinhaça.
Parte do projeto contempla a realização de investimentos pela Jalles Machado na ordem de R$ 94 milhões, assim como a oferta à Albioma de biomassa, vinhaça e de outros ativos sujeitos a opção de compra em 2033 ou ao final da relação entre as duas companhias.
A outra parte visa honrar com as obrigações assumidas pela Albioma no contrato de compra de energia, com prazo de 20 anos a partir de 2025, para o volume de 64 GWh e preço garantido de R$ 202,35/MWh, conforme ajustado pela inflação, fruto do leilão A-4, realizado em 8 de julho de 2021.
Tanto a Jalles Machado quanto a Albioma preveem a conclusão da implementação do projeto para 31 de dezembro de 2024
Lab lança instrumento financeiro de US$ 53 milhões desenvolvido com a Abiogás
O Laboratório Global de Inovação em Finanças Climáticas (Global Innovation Lab for Climate Finance – o Lab) lançou em 30 de setembro seis soluções financeiras inovadoras para direcionar recursos privados para ações climáticas em economias em desenvolvimento. Um deles, o Guarantee Fund for Biogas (GFB), foi proposto pela ABiogás e é o primeiro fundo de garantia ambiental do Brasil e também pioneiro em financiar projetos de biogás.
A fase piloto do GFB prevê a captação de US$ 53 milhões, capaz de destravar inicialmente US$ 67 milhões em empréstimos para projetos de biogás, com potencial de chegar até US$ 258 milhões na liberação de recursos ao fim do prazo de atuação do fundo – dez anos. O piloto beneficiará 43 projetos e estima um impacto de neutralização de 331 mil toneladas em emissões de gases por ano na próxima década. As garantias por cada projeto irão variar entre US$ 530 mil até US$ 6 milhões, com limite de 10% do orçamento de cada.
O GFB foi desenvolvido como um fundo de renda fixa fechado, de 10 anos, que irá investir até 100% dos recursos em títulos públicos, usando suas cotas como garantia para projetos de biogás em linhas de crédito de bancos públicos ou privados. Prevê ainda uma taxa dos desenvolvedores dos projetos que será sua única fonte de remuneração, garantindo retorno no longo prazo para investidores com risco de crédito soberano.
“O Brasil tem o maior potencial do mundo para o biogás. No entanto, devido à falta de conhecimento sobre os aspectos financeiros dos projetos de biogás, a percepção de risco por parte dos bancos e instituições financeiras é muito alta. A experiência do Lab nos ajuda a lançar um produto financeiro atraente e viável”, afirma Alessandro Gardemann, presidente da Abiogás.
Além do GFB, outro instrumento financeiro destinado pelo Lab ao Brasil é o Amazônia Sustainable Supply Chains Mechanism (AMSSC), fundo de crédito para fornecedores de insumos com práticas sustentáveis na Amazônia, proposto por Natura e Mauá Capital.
Criado em 2014, o Lab, uma iniciativa de mais de 70 investidores e instituições públicas e privadas, é uma aceleradora de soluções de investimentos para apoiar o desenvolvimento sustentável em mercados emergentes. Globalmente, já lançou 55 instrumentos, comemorando em 2021 a marca de mais de US$ 2,5 bilhões em recursos mobilizados para ações climáticas em economias em desenvolvimento.
O Global Innovation Lab for Climate Finance identifica, desenvolve e lança instrumentos financeiros inovadores que podem direcionar bilhões em investimentos privados para ações sobre mudança climática e desenvolvimento sustentável. É financiado pelos governos da Alemanha, Holanda, Suécia e Reino Unido, além da Fundação Rockefeller. A gestão é do Climate Policy Initiative.
O Brasil tem sido um país estratégico para iniciativas no segmento. Ao todo, foram 10 instrumentos lançados no país desde a criação do programa brasileiro, em 2016.