Plano Safra surpreende ao pretender trazer produtores menores para o biogás

Share on facebook
Share on google
Share on twitter
Share on linkedin

Prensado pelas críticas de que não incentiva com recursos os controles ambientais na produção agropecuária, cabendo sempre apenas ao bolso dos produtores, o governo resolveu agir no Plano Safra 21/22. E chamou a atenção com a destinação de financiamento subsidiado para uma área até agora com participação dos grandes grupos.
 
Vai destinar até R$ 20 milhões para projetos em biogás e biometano, em um pacote orçamentário chamado de Plano ABC, com um total de R$ 5 bilhões, e alcance também em outros modelos de sustentabilidade, como produção de bioinsumos e biofertilizantes.
 
No total, o Plano Safra, lançado ontem, destinará R$ 251,2 bilhões em suas várias linhas de fomento.
 
No ponto da produção de energia elétrica a partir do biogás (produzido a partir de biomassas) e do seu derivado biometano – também utilizados como biocombustíveis -, o setor está vendo a nova política “como divisora de águas”, como se discute nesta quarta (23) entre os membros da ABiogás – entidade que representa a cadeia produtiva.
 
A partir de base mínima ao teto de R$ 20 milhões por projeto – com detalhe de ser coletivo, ou seja, um consórcio de produtores, por exemplo -, pode-se chegar a uma planta de 500 kWs a 3 MW, resume Alessandro Gardemann.
 
Uma planta desse porte também produz, em média, 3 mil litros/dia de biocombustível.
 
Abre um leque de opções para uma camada de produtores que está longe da capacidade potencial do setor que mais explora o biogás e o biometano, o sucroenergético. Projetos grandes, como o da Raízen, inclusive com a participação da empresa de Gardemann, a Geo Energética.
 
Do ponto de vista técnico, há poucos matérias-primas que não se prestam para esse serviço que agrega melhores condições ambientais.
 
A sucroenergia responde por quase 50% do potencial energético biogás/biometano, a proteína animal fica com 29,8% e a produção agrícola com 15%. Saneamento básico tem potencial para 6%.
 
Alessandro Gardemann olha para o setor de suínos e de frigoríficos em geral, cujos rejeitos podem virar mais energia, e também vê potencial na mandioca e laranja, mas o leque é bem maior.
 
Naturalmente, porém, o que manda é a escala da biomassa e quantidade de sobras para ser decompostas em biogás.
 
Fonte: Giovanni Lorenzon, AgroTimes
 

Comente aqui: