Com o início de um novo ano, o mercado de créditos de descarbonização (CBios) entra em uma nova fase. Em 2020, o programa RenovaBio implementou o processo de emissão, compra, venda e aposentadora dos títulos; e 2021 já começou com um saldo de 3,97 milhões de títulos disponíveis no mercado.
Logo no começo deste ano, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou as metas preliminares para as distribuidoras, que devem adquirir – e retirar de circulação – 24,86 milhões de CBios até 31 de dezembro. O valor é 66,9% superior à meta anterior, referente a 2019 e 2020.
Tanto o objetivo atual quanto o anterior foram reduzidos pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em setembro do ano passado, levando em conta as consequências da pandemia de covid-19 no mercado de combustíveis.
Até o momento, cerca de 5,3% da meta para 2021 já pode ser cumprida segundo números disponibilizados pela B3, única entidade registradora do RenovaBio. Além do saldo disponível no final de 2020, as produtoras de biocombustíveis já emitiram mais 743,26 mil CBios na primeira quinzena de janeiro. Com isso, 4,72 milhões de títulos estão em circulação no mercado, podendo ser comercializados livremente.
Deste total, 449,13 mil CBios estão em posse das distribuidoras, que compraram 187,94 mil na quinzena. De acordo com a B3, entretanto, nenhum papel foi retirado de circulação desde 30 de dezembro – este processo, chamado aposentadoria, é o que caracteriza o cumprimento das metas por parte das distribuidoras.
Ainda conforme a B3, desde o início do RenovaBio até o momento, 19,32 milhões de CBios foram emitidos. Já de acordo com a ANP, até 14 de janeiro, as usinas produtoras de biocombustíveis geraram lastros suficientes para a emissão de 19,43 milhões de títulos.
A expectativa é que essa diferença, de 106,64 mil títulos, seja disponibilizada no mercado nos próximos dias.
Embora a cultura de cana-de-açúcar viva o período de entressafra na região Centro-Sul, a geração de CBios é vinculada à comercialização do etanol. Desta forma, a negociação dos estoques deve permitir a continuidade da emissão dos títulos pelas sucroenergéticas.
Preços em queda
Além disso, houve pouca variação de preço nos negócios registrados. Na quinzena, o valor mais alto observado foi em 11 de janeiro, R$ 35,70, enquanto o mais baixo foi visto de 4 a 11 de janeiro, R$ 30.
Ao longo de 2020, por sua vez, o valor dos CBios flutuou entre R$ 15 e R$ 72, acompanhando diferentes condições de mercado.