Especializada na fabricação de tanques criogênicos para estocagem e transporte de gases, a Nitrotec se associou à ABiogás com a expectativa de conhecer melhor a legislação e ampliar as relações comerciais no setor. Fundada em 2002, a empresa conta com a experiência de mais de quatro décadas de seus fundadores, como relatou o diretor Carlos Tadeu Salla. “Além da empresa já existir há quase vinte anos, temos pessoas com know-how de muitos anos na tecnologia para os equipamentos criogênicos, utilizados para o transporte do GNL e do biometano, um mercado que está crescendo e se mostra bastante promissor”, avalia.
Segundo Carlos, a estocagem e o transporte criogênico permitem desenvolver novas áreas de consumo de gás. Assim como o oxigênio, que teve uma demanda alta por conta da pandemia, outros gases utilizados na indústria, como o nitrogênio, são armazenados na forma líquida para reduzir o volume, fazer o transporte e regaseificar para o consumo. “O GNL é a mesma ideia. Assim, com o transporte e a estocagem do gás liquefeito, é possível fomentar uma área onde o gás natural ainda não é consumido. Depois, quando esta área se torna um grande consumidor, chega o gasoduto”, explicou.
A Nitrotec atende toda a linha de distribuição do gás, que inclui o armazenamento, a vaporização e o transporte, com a produção de tanques de estocagem, vaporizadores atmosféricos e carretas de reboque. Localizada em Campinas, a empresa fabrica de 40 a 50 equipamentos por mês e conta com 60 colaboradores. A parte de construção dos semirreboques é realizada no Paraná, em parceria com a Noma.
Tanques estacionários são fabricados em 60/90 dias, enquanto as carretas e semirreboques demandam 90/120 dias. O tamanho dos tanques varia de 1 mil litros até 1 milhão de litros se isolados a vácuo. Já as carretas transportam cerca de 50 mil litros de produto.
Segundo Carlos, a empresa tem sido bastante procurada por produtores de biogás, interessados na venda do gás por meio da liquefação e transporte criogênico. Na área de biometano, também há demanda para a estocagem de CO2 como subproduto do biometano, outro produto que a Nitrotec oferece, além de equipamento para o gás natural comprimido (GNC), que atendem produtores de biogás com volumes menores.
“Não há dúvida de que o biogás é uma forma de produção energética que vai crescer muito no Brasil devido às próprias condições do país. Além da vasta produção agrícola, existe o apelo pela questão ecológica que o biogás atende ao dar o tratamento adequado aos resíduos da agricultura e do lixo urbano”, comentou Carlos.
Atualmente, a empresa atende a três grandes projetos de biogás no Nordeste e em São Paulo. Segundo Carlos, o número é expressivo, já que há cerca de quatro anos a demanda por biogás era praticamente nula. “Os projetos existiam, mas eram incipientes. O setor vem crescendo exponencialmente, cada vez mais aparecem novos projetos de biogás e biometano”, afirmou.
Segundo Carlos, o porte do empreendimento definirá o tipo de equipamento. Inicialmente as empresas podem optar por distribuir o gás comprimido (GNC). Ocorrendo o aumento da demanda é que se pode viabilizar a liquefação do gás. A Nitrotec também oferta as carretas de transporte de GNC.
De acordo com a projeção da empresa, o consumo de oxigênio deverá retrair, porém ainda ficará em um patamar acima do que era antes da pandemia. Por outro lado, a indústria deverá retomar o crescimento, impulsionando a área de biogás.
“A parte de hidroelétricas vai ficar cada vez mais difícil no Brasil, a parte ecológica traz muitas restrições a novas hidrelétricas. O gás é uma saída para o aumento de energia no país, uma solução mais rápida, e a necessidade de ter um maior cuidado ambiental alavanca novos projetos de gás natural, biogás e biometano”, disse Carlos.
Segundo o diretor da Nitrotec, a motivação para se associar à ABiogás veio de uma necessidade de estar a par de tudo o que acontece no mundo do biogás. “Precisamos de informação até para poder direcionar nossos investimentos, conhecer clientes e conhecer também o que acontece na parte legal. Vejo que a ABiogás trabalha muito na parte legal. Como é um mundo novo, a parte operacional nós já conhecemos, mas precisamos conhecer as leis e as diretrizes que regem este mundo e quais são as empresas que estão inseridas. Em resumo, temos que estar sintonizados no mundo do biogás para poder atuar tecnicamente e colaborar no que for possível com a associação”, concluiu.