Retrospectiva 2020: Em ano de pandemia, novos projetos a biogás consolidam força do setor

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[:pb]O ano de 2020 chega ao fim registrando a operação de 58 novas usinas de geração de energia elétrica movidas a biogás – sendo uma delas híbrida, agregando geração solar fotovoltaica. As plantas totalizam pouco mais de 49 MW de capacidade instalada. Mais da metade dos novos empreendimentos estão na agropecuária e são enquadrados como micro e mini geração distribuída. Houve ainda a partida de projetos de purificação de biogás para biometano.

Em termos de potência, o grande destaque é a usina da Raízen Geo Gás em Guariba (SP), que arrematou contratos no leilão A-5 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de 2016 e vai fornecer energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional (SIN) a partir de janeiro. Com 21 MW de capacidade instalada, é a primeira do país a utilizar torta de filtro para produção de biogás em escala comercial e confirma o alto potencial de produção de biogás do setor sucroalcooleiro. O projeto da Raízen foi desenvolvido em parceria com a Geo Energética e recebeu equipamentos da SebigasCotica e da Paques, entre outros fornecedores.

Outros destaques são os três empreendimentos do grupo Gera, em Três Rios e São Pedro da Aldeia (RJ), que totalizam 3,5 MW de capacidade e utilizam biogás de aterros sanitários; as duas usinas do Grupo Unium/Castrolanda, em Castro e Piraí do Sul (PR), somando 1,4 MW e usando resíduos agropecuários, com previsão de purificação para biometano e uso de CO2 residual nas operações; e a usina de 1 MW da ENC Energy no CTR Vale do Aço, em Santana do Paraíso (MG), que também produz biogás a partir de um aterro sanitário.

Um capítulo à parte é a ZEG Biogás. A companhia deu a partida em dois importantes projetos. Um deles é uma usina de 1 MW que usa biogás oriundo de vinhaça de palma, a partir do óleo de palma produzido pela Marborges Agroindústria em Moju, no Pará. O outro é de purificação de biogás para biometano no Aterro Sapopemba, em São Paulo, com produção inicial de 30 mil m3 diários de biometano, mas que chegará a 90 mil m3 por dia.

A ZEG ainda fechou parceria com a Golar Power para viabilizar a distribuição de biometano liquefeito – GasBio –, para abastecer caminhões. É a primeira operação no estado de São Paulo que irá disponibilizar biometano em escala comercial. Serão colocados no mercado 7 milhões de m3 do biocombustível por ano – o suficiente para abastecer de 150 a 200 caminhões que rodem, em média, 100 mil quilômetros cada nesse período.

Atenta ao imenso potencial do segmento sucroenergético para produção de biogás e biometano, a ZEG ainda estabeleceu outras parcerias com foco nesse aproveitamento. A companhia se uniu ao Grupo Tereos, da França, para estudar a viabilidade econômica da produção de biogás a partir da vinhaça proveniente da usina Cruz Alta, em Olímpia, no noroeste de São Paulo, pertencente ao Tereos. As companhias também estabeleceram um acordo para constituir uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) para comercializar biocombustíveis e eletricidade, que já recebeu aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Outro acordo firmado foi com a GasBrasiliano, distribuidora de gás canalizado do noroeste paulista, que está desenvolvendo o projeto “Cidades Sustentáveis”. O projeto inclui uma rede exclusiva para distribuição de biometano e aproveitamento do energético na usina Narandiba, da Cocal Energia, entre outras ações. A parceria tem como objetivo desenvolver estudos de P&D para viabilizar a conexão ao gasoduto das principais agroindústrias da região, que têm alto potencial de produção de biometano oriundo dos efluentes de seus processos produtivos.[:]

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