No início de junho, representantes dos setores de biodiesel, etanol, biogás, bioquerosene e HVO participaram do lançamento de uma coalizão pró-biocombustíveis – a Biocoalizão. A iniciativa é liderada pela Frente Parlamentar do Biodiesel, Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético, União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) e conta com o apoio de diversas entidades setoriais, entre elas a ABiogás.
O principal objetivo da Biocoalizão é unificar pautas comuns entre os variados tipos de biocombustíveis e identificar alternativas de desenvolvimento econômico com a criação de novos ecossistemas agrícolas e energéticos. A expectativa é gerar empregos e possibilidades de mercado e reforçar o papel do Brasil em defesa do meio ambiente, reforçando o papel dos biocombustíveis para a recuperação econômica do país no período pós-pandemia.
O presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, pontuou que a integração entre os diversos segmentos dos biocombustíveis pleiteada pela Biocoalizão abre um leque de oportunidades para as diferentes cadeias de produção no setor, reduzindo emissões de carbono e custos. Ao mesmo tempo, sinaliza a complexidade do segmento, o que, em sua análise, mostra a necessidade de uma revisão institucional.
“Como lidar com todos esses interesses? A ideia é que o movimento nos dê liberdade para construir um processo e políticas públicas que incentivem a inovação com o potencial gigantesco que temos para a biomassa no país, com escala e capacidade de desenvolvimento para uma produção competitiva”, disse o executivo, no webinar de lançamento da Biocoalizão.
EPE quer antecipar divulgação de informações do PDE 2030
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) pretende começar a divulgar a partir de julho informações parciais do Plano Decenal de Energia (PDE) 2030. Com isso, a EPE quer antecipar ao mercado dados atualizados do planejamento energético já considerando o contexto da pandemia de Covid-19.
“A nossa ideia não é publicar o PDE 2030 como nós conhecemos em julho. A ideia é antecipar alguns cadernos que trazem parciais dessas várias etapas de planejamento, de forma que a informação possa estar disponível ainda que não absolutamente completa e com toda a densidade do Plano Decenal para que a informação seja útil para a tomada de decisão”, disse o presidente da EPE, Thiago Barral, em webinar promovido pelo Fórum das Associações do Setor Elétrico (Fase) e Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (FMASE) no início de junho.
Pelo cronograma original, os estudos seriam enviados ao Ministério de Minas e Energia (MME) entre agosto e setembro, com consultas públicas ao mercado a partir de outubro e publicação do documento final em dezembro de 2020. Entretanto, a pandemia criou um senso de urgência, sobretudo porque o PDE 2029, divulgado em fevereiro, perdeu seu valor de referência por causa do novo contexto.
Um exemplo disso foi dado por Barral no webinar. Segundo o executivo, antes da pandemia o cenário para 2020 era de crescimento de 4,2% na demanda elétrica em relação a 2019. Contudo, em maio, as projeções foram atualizadas, considerando uma retração do Produto Interno Bruto (PIB) de 5%, o que resultou em queda na demanda de 3% em relação ao ano passado. E as novas projeções, tanto do Fundo Monetário Internacional (FMI) como do Banco Central, de queda ainda maior do PIB brasileiro, vão alterar novamente esses números.
MME integra comitê sobre recuperação energética de resíduos
O Ministério de Minas e Energia (MME) passou a integrar o Comitê Interministerial criado pelo Decreto no 10.117/2019 no âmbito do Programa de Parceria de Investimentos (PPI), do governo federal, que estuda projetos de recuperação energética de resíduos sólidos urbanos (RSU). A inclusão do MME no grupo foi aprovada pelo Conselho do PPI.
O ministério informou em nota que as diretrizes do leilão destinado à contratação de energia de usinas a partir de resíduos sólidos já estão em elaboração. “A possibilidade de contratar energia elétrica gerada a partir da queima de resíduos sólidos cria uma nova destinação para esses resíduos, ao passo em que mitiga problemas sociais e ambientais. A fonte também proporciona ganhos de escala e de eficiência, possibilitando que seus custos caiam para os projetos seguintes e que a tecnologia se torne cada vez mais competitiva”, completa o texto.[:]