ABiogásNews | Agosto de 2020

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ABIOGÁSNEWS AGOSTO 2020

Greenlane vai fornecer sistema de purificação de biogás para a Cocal

A Greenlane fechou um contrato de US$ 1,8 milhão com a Cocal, grupo que atua no setor sucroenergético, para fornecimento de um sistema de purificação de biogás para conversão em biometano. Os equipamentos, do tipo Pressure Swing Adsorption (PSA), vão ser instalados na usina da Cocal em Narandiba, no interior de São Paulo, onde a Cocal está instalando uma planta de biogás à base de torta de filtro – resíduo da produção sucroalcooleira – e cujas obras deverão ser finalizadas em fevereiro de 2021.

Segundo Marco Mazaferro, diretor de Novos Negócios da Greenlane Biogas, o biometano que será produzido pela Cocal vai substituir o óleo diesel na frota de veículos pesados da empresa. O combustível excedente será injetado na rede que vai ser instalada na região pela Cocal, em parceria com a Gas Brasiliano, distribuidora de gás canalizado do oeste paulista (mais detalhes abaixo).

É o quarto fornecimento de sistemas feito pela Greenlane no Brasil, e o primeiro para o segmento sucroalcooleiro. A empresa forneceu equipamentos para dois aterros sanitários no Rio de Janeiro – um deles é o Dois Arcos, em São Pedro da Aldeia – e outro em São Paulo, o Aterro Sapopemba, na capital paulista.

Segundo Mazaferro, a empresa está negociando o fornecimento para três outros projetos. O executivo não quis adiantar os segmentos de mercado, mas deixou claro que todas as possibilidades estão no radar da Greenlane. Afinal, nos últimos três anos, o Brasil é um dos cinco principais mercados dentre os 18 países onde a companhia atua.
“Nossa expectativa com o Brasil é muito grande. Nossa visão sobre o país é muito positiva. Acreditamos que é um mercado que irá crescer muito nos próximos anos. O país tem abundância de biomassa e uma enorme vocação agrícola. E o mercado vem se desenvolvendo nos últimos anos mesmo sem subsídios. O que é mais necessário desenvolver é a infraestrutura de gasodutos”, avalia o executivo.

Cocal já testa biometano em equipamentos
O grupo Cocal tem duas usinas de açúcar e etanol, em Paraguaçu Paulista e Narandiba, no interior de São Paulo, com capacidade de moagem de 8,7 milhões de toneladas de cana de açúcar. A empresa consome 30 milhões de litros de óleo diesel por safra.

A companhia vem utilizando um trator da New Holland e um caminhão e uma motobomba da Scania movidos a GNV/biometano. E vem negociando com a Iveco e a Valtra para testar o combustível em outros maquinários, como colhedoras e motores convertidos.

O aproveitamento de biometano faz parte do Cidades Sustentáveis, projeto feito em parceria com a Gas Brasiliano, distribuidora de gás canalizado do oeste paulista, onde estão as usinas da Cocal. A iniciativa prevê a instalação de 68 km de redes ligando as cidades de Narandiba, Pirapozinho e Presidente Prudente, para um potencial de consumo de 118 mil m³/dia, num investimento total de R$ 160 milhões. A rede vai escoar a produção de biometano da Cocal quando o sistema entrar em operação.

RESUMO DAS NOTÍCIAS DE JULHO

MME abre consulta pública do PNE 2050
O Ministério de Minas e Energia (MME) lançou, em 13 de julho, a consulta pública no 95, para contribuições de agentes ao Plano Nacional de Energia 2050 – PNE 2050. O documento foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) a partir de diretrizes do ministério. A consulta vai durar três meses. As contribuições e os documentos relativos ao plano estão disponíveis aqui.

Segundo informações do MME, o PNE 2050 “explora, por meio de cenários, os diversos aspectos da evolução do setor em uma perspectiva de múltiplas alterações na produção e uso de energia, comumente aglutinadas na chamada transição energética. Em um contexto de grande imprevisibilidade, o Plano busca explorar alternativas de futuro de modo a aprimorar o processo de tomada de decisão em políticas energéticas”.

O ministério anunciou a realização de seminários virtuais em julho e agosto com órgãos de Estado, associações de geração e transmissão de energia elétrica e “a sociedade de um modo geral, com o objetivo propiciar uma ampla divulgação sobre os conceitos e o conteúdo específico de cada tema contido no documento”.

O último Plano Nacional de Energia, com foco em 2030, foi publicado em 2007.

ZEG inaugura projetos de biogás e biometano
Dois projetos da ZEG Ambiental estão prestes a iniciar operação. Em Moju, no Pará, a produtora de óleo de palma Marborges vai aproveitar a vinhaça oriunda do processo produtivo para gerar biogás e energia elétrica. Já no Aterro Sapopemba, em São Paulo, parte do biogás já gerado no local e que abastece uma termelétrica será purificado e convertido em biometano.

Em webinar promovido pela ABiogás e a Ecomondo no início de julho, o CEO da ZEG, Daniel Rossi, contou que o projeto da Marborges vai usar 110 mil m³ anuais de vinhaça para gerar 2,4 milhões de m³ de biogás. O energético vai ser usado em motogeradores, com capacidade para gerar 4 mil MWh por ano – equivalente a 70% da demanda elétrica da unidade fabril. Além disso, o projeto da ZEG vai permitir o reuso da água residual do processo de biodigestão. Segundo Rossi, o projeto contempla uma segunda fase, para conversão de biogás em biometano.

E é justamente a purificação do biogás o principal processo do projeto que vai dar a partida em setembro no Aterro Sapopemba. A ZEG já instalara uma planta para produção de 360 mil m³/dia de biogás, que alimenta uma termelétrica de 5 MW. Agora, parte do combustível será convertido em biometano, num volume diário que chegará a 30 mil m³ diários numa primeira etapa, chegando a 90 mil m³ diários no final da implantação.

De acordo com Rossi, o biometano gerado vai ser usado para abastecimento de frota de veículos a GNV e também por indústrias do entorno.

Revisão das metas do Renovabio opõe distribuidoras
As distribuidoras BR Distribuidora e Raízen, que juntas representam 46% da meta atual de compra obrigatória de Créditos de Descarbonização (CBIOs), divergiram na consulta pública que discutiu a redução das metas do RenovaBio para 2020. A revisão, proposta pelo MME, foi motivada pela crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19, especialmente no mercado de combustíveis.

Originalmente, as distribuidoras de combustíveis fósseis teriam de adquirir 29 milhões de CBIOs em 2020. Devido à pandemia, o MME propôs reduzir essa meta para 14,6 milhões de certificados. Entretanto, na consulta pública promovida pelo ministério, enquanto a BR Distribuidora defendeu um corte ainda maior, para 8,5 milhões de CBIOs, a Raízen propôs metas compulsórias de 16 milhões de certificados.

Segundo informações da agência epbr, a BR se baseou em um estudo do Pecege/USP que considera a exposição do RenovaBio ao mix da produção sucroalcooleira e o efeito das compras de créditos não-obrigadas (por outros agentes, que não distribuidoras) nos preços dos títulos. Isso fez a companhia apontar risco de escassez de CBIOs a partir de 2024 e potencial atraso nas emissões este ano.

Produtora de açúcar e etanol, a Raízen avaliou que a redução proposta pelo MME era exagerada e sugeriu um número um pouco maior. “Tal proposta, em um cenário otimista, ainda permitiria uma possível oferta excedente de aproximadamente 3 milhões de CBIOs ao final de 2020″, diz documento enviado pela companhia ao ministério, de acordo com a epbr.

ESTÁ POR VIR

O 3º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano vai promover webinares de 9 a 11 de setembro que vai reunir especialistas para debater o desenvolvimento da cadeia de biogás e biometano nos estados da Região Sul. As sessões virtuais são uma prévia do fórum presencial, que deverá ser realizado de 29 de março a 1º de abril de 2021 em Caxias do Sul (RS). As inscrições para o seminário virtual podem ser feitas aqui.

A primeira sessão, em 9 de setembro, tem como tema “Estamos desperdiçando energias renováveis em forma de esgoto e lixo urbano?” e vai reunir professores e especialistas das universidades de Caxias do Sul (ICS), São Paulo (USP) e Federal de Pernambuco (UFPE) e da Abrelpe.

O segundo webinar, no dia seguinte, é intitulado “Como tornar uma planta de biogás na agropecuária mais eficiente e lucrativa?”, com especialistas da Embrapa Suínos e Aves, da Univates e da Astap.

O webinar “Biogás no Brasil: Quais os avanços e perspectivas de futuro?”, em 11 de setembro, encerra a prévia virtual. O painel vai reunir a gerente executiva da ABiogás, Tamar Roitman, e especialistas do CIBiogás, da UNIDO/GEF, de Itaipu Binacional e da Cegás.

O 3º Fórum Sul Brasileiro de Biogás e Biometano é uma realização de CIBiogás, Embrapa Suínos e Aves e UCS.

NOVIDADES

Estudo da Shell e Deloitte aponta o GNL como o principal combustível de transição nos transportes marítimos
https://www.shell.com/energy-and-innovation/the-energy-future/decarbonising-shipping.html#:~:text=%E2%80%9CDecarbonising%20Shipping%3A%20All%20Hands%20on,reduce%20shipping%20emissions%20within%20decades.

Lab Procel seleciona projetos de geração a biogás e de valorização de resíduos orgânicos para aceleração tecnológica https://www.canalenergia.com.br/noticias/53138935/lab-procel-seleciona-cinco-projetos-de-saneamento-ambiental

Golar Power fecha parceria com grupo argentino Galileo para produzir biometano líquido (Bio-GNL) no Brasil https://www.golarlng.com/investors/press-releases/pr-story.aspx?ResultPageURL=https://www.globenewswire.com/HexMLItem/Content/FullText/Attachments/All/Identifier/2058082/language/en[:]

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